Por Vanessa Fernandes
Moradores do Jardim Têxtil evitaram o início de uma devastação ambiental sem precedentes na Praça Mauro Broco. Isso porque, para a construção do pátio de manobras da Linha 2-Verde do Metrô, 355 espécies seriam retiradas.
De acordo com a vizinhança, não houve nenhum encontro com os responsáveis pela obra para tratar do assunto e até mesmo apresentar e escutar eventuais alternativas para impactar minimamente o meio ambiente local.
MANIFESTAÇÃO
O início da retirada estava marcado para o dia 19 de agosto, quarta-feira, e seguiria até setembro. Mesma data em que os moradores realizaram uma manifestação para mostrar que estão atentos a tudo o que está acontecendo e que vão continuar em cima do Metrô.
Eles ficaram sabendo do início dos trabalhos através de uma carta endereçada pelo Metrô e pelo Consórcio Linha 2 – Verde (CML 2), no dia 17 de agosto, segunda-feira. Era um aviso que, dois dias depois, seria realizada a “supressão de árvores nativas isoladas e intervenção em área de preservação permanente (APP)” na Praça Mauro Broco.
Seriam retiradas 118 árvores de espécies nativas e 232 árvores de espécies exóticas em frente à obra do Complexo Rapadura, além de cinco árvores mortas.
SUSPENSA
Diante da resposta imediata dos moradores de repúdio à ação, a Companhia do Metropolitano divulgou: “a ação de supressão arbórea está temporariamente suspensa e já se encontra em reavaliação pelos técnicos do Metrô. A comunidade local será chamada em momento oportuno para os devidos esclarecimentos sobre as obras que serão realizadas e os estudos relativos à compensação ambiental que será feita pela Companhia.”
REVOLTA E INDIGNAÇÃO
Para os moradores, saber que a retirada foi autorizada pela Cetesb, órgão estadual que deveria zelar pela preservação e minimizar os impactos ambientais, é revoltante.
Na área existem exemplares de “aroeira-salsa (Schinus molle), eucalipto (Eucalyptus sp.), figueira-benjamim (Ficus benjamina), ipê-de-el-salvador (Tabebuia rosea), jacarandá-mimoso (Jacaranda mimosifolia), jerivá (Syagrus romanzoffiana), pau-ferro (Libidibia ferrea var. leiostachya), romãzeira (Punica granatum) e sibipiruna (Poincianella pluviosa var. peltophoroides).
Segundo uma moradora, também já foram registradas na Praça Mauro Broco 108 espécies vasculares, das quais estão ameaçadas de extinção: cedro (Cedrela fissilis), pau-brasil (Paubrasilia echinata) e pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia).
Sem contar na enorme quantidade de aves que são diariamente atraídas pelas árvores, como o periquito-rico, maracanã-pequena, periquitão-maracanã, anu-branco, anu-preto, joão-de-barro, ferreirinho-relógio, guaracava-de-barriga-amarela, sabiá-laranjeira, sanhaço-do-coqueiro e cambacica.
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