Campanha apoia o transporte de pessoas cegas com cães-guia

Reclamações de preconceito envolvem principalmente os motoristas de aplicativos

No próximo dia 27 será comemorado o Dia Internacional do Cão-Guia, um importante auxílio para a autonomia das pessoas cegas e com deficiência visual. A data é festejada na última quarta-feira de abril em homenagem aos cães e seus treinadores. Para conscientizar sobre o direito e a importância do animal na melhora da qualidade de vida das pessoas com deficiência visual, que possuem o cão-guia, a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED) iniciou uma campanha de sensibilização, pois ainda existe resistência com relação à entrada de cães-guias em estabelecimentos e, principalmente, em aplicativos de transporte.
No Brasil, são entidades sociais e institutos federais que treinam e doam os animais – o cachorro de serviço não pode ser comercializado. Estima-se que, nesse período de pandemia, seis escolas de cães guias estejam em atividade. De acordo com o Instituto Magnus, uma das instituições especialistas em cães-guia, o custo do treinamento varia de R$ 60 a R$ 80 mil, fatores que dificultam o acesso ao cão.
A dificuldade de conseguir um cão-guia no país, fez com que a escrevente do Tribunal de Justiça de São Paulo e vice-presidente da União Nacional de Usuários de Cães-Guia, Marina Guimarães, buscasse o seu no exterior. Segundo Marina, o processo com a entidade dos Estados Unidos foi rigoroso, envolveu um questionário sobre o seu trabalho, vida, mobilidade, além do envio de outros conteúdos que comprovassem essas informações, como vídeos. Ela também precisou indicar três pessoas que pudessem responder um formulário sobre ela, além de enviar laudos médicos que provassem a deficiência. Todo procedimento na aquisição do Duke foi feito de forma gratuita, exceto os custos da viagem.
Em São Paulo, de acordo com a Marina, muitas pessoas com deficiência visual e cegas reclamam que aplicativos de transporte se recusam a realizar corridas com os cães-guias e em muitas vezes é cobrada uma taxa extra de limpeza. Devido aos inúmeros casos como este, foi assinado em 18 de março, a Lei 17.323/2020, que regulamenta, na cidade, o direito de pessoas com deficiência visual ingressarem com cão-guia nos táxis e também em veículos que prestam serviços em atividade econômica privada de transporte individual, os aplicativos credenciados no OTTC – Operadoras de Tecnologia de Transporte Credenciadas.
Mais informações podem ser obtidas na União Nacional de Usuários de Cães-Guia pelo site https://unucg.org.br/.

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