As chuvas de verão estão chegando e, com elas, doenças bem conhecidas de todos nós, como dengue, zika e chikungunya, que são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Para que possamos nos prevenir do problema é importante saber que as larvas dos insetos só sobrevivem quando as fêmeas encontram água parada para depositar os ovos.
Por mais tecnológica que São Paulo pareça, o tema saneamento público remete a metrópole à idade média. O esgoto a céu aberto, os vazamentos na rede de água e os despejos de lixo e outros materiais de maneira clandestina, ainda mostram falta de infraestrutura. Do mesmo modo, não há respeito, conhecimento e educação suficientes para reverter o quadro.
Com tantas facilidades, fica óbvio saber porque o nível de infecção permanece alto todos os anos. Além disso, é possível encontrar desde os sintomas mais leves das doenças, como febre, dor de cabeça e dores no corpo, até os mais graves, com quadros de hemorragia.
Os alertas contra as doenças é divulgado de forma incessante todos os anos. Contudo, parece que a população tem dificuldade de absorver a informação. Para confirmar a análise, basta caminhar alguns quarteirões para verificar a situação das esquinas. Os moradores encontrarão potes, copos, pneus, sacos plásticos, entre outros recipientes adequados para o desenvolvimento dos mosquitos.
Nesse caso, alguns vão dizer que a Prefeitura está faltando com sua responsabilidade, de recolher os materiais lançados nas ruas. Que o governo deveria ter mais empresas trabalhando e mais fiscalização. Ou seja, sempre tem quem queira jogar tudo na mão das empresas ao invés de cumprir o papel de cidadão.
Com isso, vêm os contratos bilionários de limpeza e todos pagam os impostos. O lixo acumulado traz apenas desvantagens. Primeiro, por causa de ratos, baratas e escorpiões. Segundo, devido à desvalorização da região e, por último, pela grande quantidade de mosquitos gerada pela água parada.
Em consequência dessa série de irresponsabilidades está a fila nos postos de saúde e em hospitais. Dessa forma, novamente iremos pagar a conta na ocupação de mais leitos, no grande número de exames e na compra de mais remédios. Atrelado a isso existe, ainda, a necessidade de mais médicos e enfermeiros que precisam ser pagos pela prestação de serviços.
Na exposição desses elementos é fácil enxergar como as más atitudes podem criar danos mais complexos e não só ao ponto específico no qual a pessoa “deixou” o seu lixo ou entulho. Trata-se de um tema a ser avaliado com mais cuidado, pois não se pode repetir os mesmos erros todos os anos.
Afinal, se desejamos que a cidade seja exemplo para quem não vive em SP, teremos de colaborar. Querer resolver questões particulares, em detrimento do coletivo, vai acelerar o processo de deterioração de calçadas, ruas e bairros. A partir daí, caminha-se para a desvalorização de imóveis e o afastamento do turismo.
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