Muitas galerias de águas pluviais do Tatuapé ainda são da década de 50. Ou seja, em vários pontos do bairro existem debaixo do asfalto tubulações que não condizem com a realidade atual. Sejam de ferro, cerâmica ou mesmo construídas ainda em tijolos, elas não têm mais o diâmetro adequado ao volume de água gerado nas ruas após as chuvas. Além disso, também há a questão da baixa resistência do material frente ao asfalto de má qualidade e ao peso cada vez maior dos veículos.
Diante desse fato, a Prefeitura deveria investir também nesse tipo de infraestrutura, mesmo que possa trazer um incômodo em determinado período. Ou seja, é preciso cortar o asfalto, aumentar o espaço para a instalação dos novos tubos e criar uma condição de absorção de impacto, mas que também favoreça a manutenção depois, caso os técnicos necessitem realizá-la.
Isso porque, no período das chuvas, quem paga o preço é a população que não consegue andar pelas ruas. Com o modelo ultrapassado, não são construídas mais bocas de lobo com a preocupação de sobrecarregar o sistema. Com isso, as águas correm sobre a calçada, invadindo casas e comércios, além de deixar os pedestres ilhados.
Há vários anos as imagens se repetem em determinados pontos nos quais existem o encontro de ruas em declive acentuado, como na esquina da Rua Serra de Bragança com a Rua Antonio de Barros. Nesse local, comerciantes chegaram a construir muretas de contenção, para que a água não destruísse os produtos e assustasse os clientes.
Na Rua Itapura o drama é o mesmo, pois a água arrasta sacos de lixo que cobrem as poucas bocas de lobo existentes. Resultado: consumidores das lojas locais precisam esperar a chuva passar para poder andar. Além disso, dependendo do temporal, vários veículos são levados e só param em postes ou em outros carros estacionados.
Os avisos à Prefeitura vêm sendo feitos repetidamente, mas as obras não suprem as necessidades apresentadas. Esse atraso está gerando problemas cada vez mais graves, pois agora as ações precisam ser mais urgentes. Afinal, os próximos meses serão responsáveis pelas tempestades de verão e vão colocar à prova o trabalho executado pela Prefeitura.
E mesmo que as ações de limpeza em bocas de lobo sejam intensificadas, as galerias subdimensionadas não vão suportar a pressão das águas e as tampas que protegem as tubulações acabarão sendo deslocadas. Portanto, mesmo que o governo municipal queira adiar, o projeto é essencial para que a cidade se adapte aos tempos modernos.
Caso contrário, será incoerente termos um bairro cujo IPTU está entre os mais altos da cidade com falhas na infraestrutura. Inclusive pelo fato de os problemas nas áreas de drenagem causarem outros danos, como o afundamento do asfalto, destruição de calçadas e de outros patrimônios públicos e privados. Nesse sentido, é imprescindível que a Prefeitura continue investindo na renovação da cidade.
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