Dicas para o pequeno varejo ser mais competitivo

Por Marcelo Doria, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de São Mateus

A National Retail Federation – Retail’s Big Show 2023 – popularmente conhecida como NRF 2023, é incontestavelmente a maior feira de varejo do mundo. Realizada em Nova York entre 15 e 18 de janeiro, contou com palestras inspiradoras, ministradas pelos maiores especialistas em varejo do mundo.

O evento apresentou diversos caminhos para a conquista de vantagens competitivas para o pequeno varejo que merecem ser compartilhadas. O primeiro ponto de destaque é o próprio dinamismo do varejo, que proporciona ao pequeno comerciante várias vantagens competitivas em relação ao grande varejo, sempre mais lento em sua reação às novidades. Entre os diversos assuntos apresentados, posso destacar:

A realidade do Omnichannel e a importância da loja física; O entendimento de que as pessoas são essenciais para o varejo; A necessidade de conhecer e entender profundamente o mercado de atuação – consumidor e concorrente; A regionalização da marca; O uso da tecnologia como ferramenta para negócio ser mais eficiente; Como proporcionar uma surpreendente experiência de compra ao seu cliente.

TOMADA DE DECISÃO

Quanto a entender o conceito de Omnichannel, o cliente está a um Google de qualquer produto. Diante desta nova realidade multicanal, o pequeno varejista deve responder às seguintes questões: Quem você é? Quem quer servir? Qual atributo mais valorizado no processo de tomada de decisão do seu público alvo? Onde você vai atuar? Qual o pacote de valor que vai entregar para os seus clientes? Quais são suas prioridades e suas possibilidades? Qual a coerência de atitude e comunicação da sua loja? Ou seja, ter um posicionamento muito claro da sua proposta de negócio e um planejamento detalhado de sua atuação.

Outra lição é em relação às pessoas, ou seja, o varejo é uma atividade que exige interação de pessoas, sendo assim o pequeno varejista deve selecionar bem sua equipe de colaboradores, montar um time forte, ter calma na contratação e ser rápido no desligamento. É essencial entender que não basta apenas ensinar seus colaboradores a atender bem, além de que você, dirigente lojista, deve ser o exemplo para todos. Para isto, umas das atitudes principais é não criticar seus colaboradores para ninguém, pois quem os escolheu foi você. E o mais importante: o seu primeiro cliente é o seu funcionário/colaborador. Desta forma, como ele vai vender sua loja se ele não a comprou?

Mais um ponto importante é entender muito bem o mercado que sua loja está inserida, conhecer a fundo a cadeia produtiva do seu negócio e seus principais competidores. É fundamental avaliar se você será um varejista com foco em lojas de rua, lojas de shopping, ou ambos, pois existem peculiaridades nestes dois ambientes que podem influenciar no sucesso ou fracasso do seu negócio principal.

ESTRATÉGIA DE REGIONALIZAÇÃO

Outra dica refere-se a uma estratégia de regionalização: ao escolher determinada localidade onde atuar é primordial criar um vínculo estreito com a comunidade daquela região. Tal ação faz com que a sua empresa obtenha uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes de marcas nacionais ou internacionais, que em geral possuem essa identidade local.

É importante também destacar a importância crescente da tecnologia como ferramenta de captação de dados para a tomada de decisões, coletar informações íntegras sobre o comportamento de compra dos clientes, estudar a performance dos colaboradores por meio de critérios qualitativos, analisar a movimentação de produtos e mensurar o desempenho de venda de seus equipamentos de loja.

Outra questão que não pode estar de fora da pauta dos varejistas é o planejamento de curto, médio e longo prazo, estudando criteriosamente suas prioridades de acordo com o que é mais importante para o seu cliente e com as suas possibilidades de recursos, sejam eles humanos, de tempo, conhecimento técnico e de ordem financeira.

OUVIR A LOJA

E o mais importante é colocar a vontade do seu cliente no centro da sua tomada de decisões e “ouvir a loja”, isso mesmo, a loja nos fala muitas coisas. Podemos citar como principais exemplos a composição do mix de produtos da loja (que deve ser adaptado de acordo com a performance de venda dos grupos de produtos), as músicas que devem tocar na rádio interna do estabelecimento devem ser as preferidas dos clientes e não as preferidas do dono da loja e o cheiro da loja deve conter a fragrância predileta dos clientes.

Perceba que essas dicas são facilmente aplicadas em qualquer tipo de estabelecimento, não importando o segmento de atuação. Então, mãos à obra e coloque em prática as indicações e rapidamente será possível notar as diferenças que as mudanças podem fazer no seu dia a dia nos diversos sentidos.

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