Ao longo dos anos, previa-se que o número de pessoas em situação de rua ou vulnerabilidade na cidade aumentaria significativamente. Essa tendência, que se confirmou nas administrações anteriores e continua com Ricardo Nunes, levou à emissão de diversos avisos por parte de ONGs e instituições envolvidas no atendimento a pessoas que vivem em moradias precárias. No entanto, apesar de todos os alertas, a proposta de atendimento da Prefeitura não mudou. As opções continuam sendo o auxílio aluguel de R$ 400,00 por família, passagens para retorno à cidade de origem ou abrigos superlotados incapazes de acolher a todos que necessitam.
Os próximos meses serão desafiadores, pois ainda há muitas pessoas desempregadas e sem recursos para pagar aluguel. Além disso, muitas empresas ainda não conseguiram se recuperar economicamente, dificultando o retorno ao mercado de trabalho. Enquanto aqueles que podem contar com a aposentadoria de algum membro da família têm um respiro, aqueles que não possuem alternativas financeiras, apoio familiar ou acesso ao auxílio emergencial correm o risco de acabar nas ruas.
Infelizmente, à medida que cresce o número de pessoas desabrigadas, também aumenta a presença de viciados em drogas nas ruas. Enquanto isso, a cidade continua enfrentando a falta de moradias populares e a existência de muitos imóveis abandonados na Avenida Celso Garcia e em vários pontos do centro. A ausência de um plano de longo prazo torna urgente a necessidade de salvar vidas, recuperar edifícios e casas deterioradas, além de implementar medidas que possam resgatar os moradores e apontar para soluções efetivas.
Se não forem tomadas medidas urgentes, São Paulo terá que lidar com uma grande massa de desempregados juntamente com grupos que, nos próximos meses, também buscarão emprego nas mesmas empresas que resistiram à crise. A situação é gravíssima e não pode esperar. Afinal, aqueles que vivem na cidade desejam tranquilidade para seguir com suas vidas, buscar emprego, educação e uma melhor qualidade de vida. Ao mesmo tempo, não podemos permitir que o patrimônio histórico e arquitetônico seja dilapidado por estruturas irregulares e ocupações desordenadas. É necessário avançar na questão social, caso contrário, estaremos condenados a conviver com famílias inteiras perdidas e sem perspectivas nas ruas. Certamente, essa não era a realidade esperada por aqueles que depositaram seu voto nas urnas.
A cidade precisa recuperar sua força para oferecer condições favoráveis de vida. Portanto, todos os órgãos municipais têm a obrigação de desenvolver novos planos de crescimento. Além das ONGs, que já colaboram nessa área, a Prefeitura deve acolher também as startups que possuam programas de assistência social. Há muito trabalho pela frente.
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