‘Tatuzão’ chega para escavar a ZL

Equipamento escavará túnel da linha verde do Metrô até 15 metros por dia

Até o final do ano, as obras de expansão da Linha 2-Verde do Metrô passarão a contar com os trabalhos da tuneladora Shield – popularmente conhecida como “tatuzão” – nas escavações do trecho que vai cruzar a Zona Leste da Capital, da Vila Prudente à Penha, com oito novas estações.

Nesta semana, as partes que compõem a gigante máquina de fabricação chinesa, batizada de Cora Coralina, começaram a ser transportadas do Porto de Santos até o canteiro de obras em São Paulo. Para a primeira etapa do transporte, foram utilizadas quatro carretas de 42 metros de comprimento cada.

ESCAVAÇÃO DE ATÉ 15 METROS POR DIA

Com operação 24 horas por dia, o tatuzão consegue movimentar 154 m³ de terra por hora. A tuneladora aumenta gradualmente a velocidade de escavação, variando de acordo com a rigidez do maciço em cada trecho. A expectativa é de que esse avanço seja, em média, de 10 a 15 metros por dia.

“Essa é a velocidade que o Metrô conseguiu atingir nas Linhas 4 e 5, que usaram esse mesmo tipo de máquina”, afirma o engenheiro civil da companhia, Thiago Pires.

Ele ainda explica que os profissionais que operam o tatuzão — são 150 pessoas divididas em três turnos — conseguem “pilotar” a máquina pelo caminho planejado por meio de equipamentos topográficos e sensores que ficam na frente da tuneladora.

“Essa metodologia de escavação de túneis com tatuzão tem sido utilizada pelo Metrô nas últimas obras. É a metodologia mais indicada e também a mais rápida de escavação de túneis em trechos urbanos”, diz Pires.

 

MONTAGEM E DESCIDA PARA A VALA

Antes de começar a abrir os 7,5 km de túneis da futura extensão da Linha 2-Verde, o tatuzão será montado no canteiro de obras da na Vila Carrão, onde futuramente funcionará uma base de manutenção, um estacionamento de trens e um poço de ventilação e saída de emergência.

Essa é a primeira etapa de transporte das mais de 2,7 mil toneladas do litoral para a capital, incluindo o chamado MainDrive, maior peça do tatuzão e que pesa 189 toneladas. O carregamento de todas as peças e equipamentos auxiliares deve ser concluído até agosto.]

SOLDA E ENCAIXES

Já a pré-montagem da máquina envolve trabalhos de solda e encaixes parafusados. “Essa pré-montagem a gente ainda faz na superfície. Essas peças vão chegando, a gente vai separando em uma ordem lógica e fazendo esse trabalho ainda fora da vala”, explica o engenheiro.

Algumas peças já podem ser colocadas inteiras na vala de início da escavação, enquanto outras serão montadas ainda na superfície. Pelo cronograma, em agosto começa a ser feita a montagem dentro da vala, que conta com uma laje de fundo. É lá que o tatuzão será montado já na posição em que começará a operar.

OPERAÇÃO

O tatuzão seguirá da Vila Carrão no sentido Vila Prudente, fazendo o trecho até o VSE Falchi Gianini, um poço de ventilação localizado pouco antes da estação Vila Prudente. Nesse caminho, a máquina passará pelas estações Vila Formosa, Anália Franco, Santa Clara e Orfanato.

Após a chegada no VSE Falchi Gianini, o tatuzão será desmontado e levado para outra vala, na estação Penha — a outra “ponta” do trecho expandido. Lá, ele será remontado para escavar da estação Penha até a Vila Carrão e completar o trecho Penha-Vila Prudente, que compreende a primeira fase de expansão da Linha 2-Verde do Metrô.

Depois que o tatuzão terminar a escavação, a estrutura do túnel já estará pronta. Isso porque, conforme escava, o equipamento também instala os anéis de concreto que revestem o trecho aberto pela máquina. “Tem diversas outras etapas que a gente faz depois da passagem da máquina. Mas essa metodologia permite que logo onde foi aberto o túnel, essa estrutura já esteja pronta”, diz Pires.

SERVIÇOS POSTERIORES

Outros serviços são feitos posteriormente, como o enchimento com concreto e a instalação dos sistemas eletrônicos para funcionamento das vias e das composições.

Ao fim dos trabalhos, o tatuzão poderá ser realocado em novas obras de expansão do Metrô ou mesmo desmontado para uso das peças metálicas para outros fins, como ocorreu com a máquina utilizada nas Linhas 4-Amarela e 5-Lilás.

 

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