Uso de bicicletas em SP: desafios para inclusão feminina

Pesquisa Revela Perfil dos Ciclistas e Necessidade de Políticas Inclusivas

Entre os poucos que declararam usar a bike como meio de transporte na pesquisa, apenas 13% eram do sexo feminino

Um estudo recente realizado pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP) revelou dados intrigantes sobre o uso de bicicletas como meio de transporte na capital paulista. Apesar do notável aumento na extensão das ciclovias e ciclofaixas nos últimos anos, a prevalência de ciclistas não sofreu mudanças significativas, indicando um cenário desafiador para a promoção da mobilidade urbana sustentável.
Os resultados, publicados na revista científica Preventive Medicine Reports, mostram que apenas 13% dos ciclistas identificados na amostra de quase 1.500 pessoas são do sexo feminino. Esse número levanta questões importantes sobre a representatividade das mulheres no cenário do ciclismo urbano e ressalta a necessidade urgente de políticas públicas inclusivas que incentivem a participação feminina nesse modal de transporte.
Margarethe Thaisi Garro Knebel, doutoranda da USP e uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo, destaca a importância de compreender os fatores que contribuem para essa disparidade de gênero no uso da bicicleta. Além disso, o estudo também investigou como a proximidade das ciclovias influencia a prática de atividades físicas no lazer, evidenciando o potencial desses espaços para promover a saúde e o bem-estar da população.
A pesquisa, financiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), faz parte de um projeto mais amplo que busca compreender os padrões de uso da bicicleta como meio de transporte em São Paulo. Os pesquisadores estão atualmente na fase final da coleta de dados, que inclui informações sobre os anos de 2023 e 2024, o que fornecerá uma visão mais abrangente sobre as tendências de mobilidade na cidade.
Diante desses achados, fica evidente a necessidade de ações coordenadas e políticas públicas eficazes para promover o uso da bicicleta como meio de transporte e incentivar a prática de atividades físicas no lazer. O desafio é grande, mas com o engajamento de todos os setores da sociedade, é possível criar uma cidade mais inclusiva, saudável e sustentável para todos os seus habitantes.

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