Quanto custa morar na Zona Leste de São Paulo?

Aerial view of Itaquera, São Paulo

Os preços dos imóveis na Zona Leste de São Paulo tiveram um aumento significativo. Dados da consultoria Brain Inteligência Estratégica revelam que o preço médio dos 29 bairros analisados subiu de R$ 7.846 em agosto de 2022 para R$ 8.042 em agosto de 2023. Bairros como São Mateus, Brás, Jardim Helena, Jardim Matarazzo e Cidade Líder lideram esse aumento, com altas de 10% a 24%.
Especialistas apontam que a valorização nos bairros da Zona Leste, exceto pelo Brás, foi impulsionada pelos lançamentos imobiliários do último ano. O financiamento da Caixa Econômica Federal, agora com prazo de 420 meses, e o aumento do teto de preço de moradia do programa Minha Casa Minha Vida para R$ 350 mil, foram fatores determinantes.
A região ainda enfrenta um déficit habitacional significativo, o que abre oportunidades para o mercado imobiliário. Com muitos terrenos disponíveis, a tendência é de crescimento contínuo na maioria dos bairros.
Os imóveis populares na Zona Leste, em áreas que vão da Cidade Tiradentes a Mooca, têm um valor médio de R$ 210 mil. Com uma renda média familiar de asté 3 salários minimos, é possível comprar um apartamento pagando o financiamento em 420 vezes pelo programa Minha Casa Minha Vida.
A mudança no prazo de financiamento aumentou a capacidade de compra em 6%, tornando possível financiar até R$ 212 mil, em vez dos R$ 200 mil anteriormente.
As incorporadoras têm investido neste modelo de imóvel em bairros como Itaquera, São Mateus, Vila Carrão e Vila Matilde.

Alto Padrão

O preço do metro quadrado na Zona Leste é particularmente alto em bairros como Anália Franco, Tatuapé, Brás, Jardim Avelino e Vila Prudente, chegando a R$ 18.841, mais do que o dobro da média da cidade, que é R$ 8.622, segundo a Fipezap. Este movimento é liderado por algumas incorporadoras que têm investido em apartamentos voltados para a classe média-alta.
Bairros como a Mooca ainda têm espaço para empreendimentos de alto padrão, com terrenos disponíveis atualmente ocupados por casas ou fábricas antigas.

Enobrecimento da Zona Leste

Apesar dos esforços das incorporadoras para elevar o padrão dos empreendimentos na Zona Leste, a região ainda carece de incentivos para atrair o público de alta renda que tradicionalmente prefere bairros como Jardins, Itaim Bibi, e Pinheiros.
A Zona Leste é um vetor de crescimento da cidade, mas precisa de investimentos públicos comparáveis aos que o sudoeste da cidade recebeu no século passado. O novo Plano Diretor não conseguiu combater a concentração do público de alta renda em poucos bairros, como se pretendia em 2014, ao não criar atratividade suficiente para dispersar os investimentos pela cidade.
A falta de estímulo adequado fez com que o capital continuasse a se concentrar em áreas tradicionalmente lucrativas, como Pinheiros e Itaim Bibi, em vez de abrir novas oportunidades na Zona Leste.

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