Você já deve ter ouvido a palavra havaiana “Ohana”. Como Lilo disse, “Ohana quer dizer família.” Mas esse conceito vai muito além dos laços de sangue, de viver sob o mesmo teto ou das definições tradicionais dos dicionários. Ohana transcende essas limitações, pois envolve escolhas, responsabilidades e compromissos que são assumidos com intenção, não impostos.
Nossa primeira ideia de família geralmente inclui pais, irmãos, avós – seja por laços de sangue ou por adoção. Isso é essencial, pois antes mesmo de aprendermos a falar, já somos capazes de criar vínculos profundos, ainda que inconscientes. Dizem que nosso sorriso é moldado por aqueles com quem convivemos na infância. Esses rostos familiares que nos cercam tornam-se nossas primeiras influências, formando a base das conexões que levaremos pela vida.
Com o tempo, nossas relações familiares se transformam. Outras pessoas entram nessa dinâmica – primos, tios, amigos –, mas algo ainda mais significativo acontece: começamos a construir nossa própria família escolhida. Amigos, mentores e parceiros passam a ocupar espaços igualmente importantes, se não mais, dependendo das circunstâncias. Aqui, o provérbio africano “é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança” encontra eco no conceito de Ohana, que também nos lembra que não devemos abandonar ou esquecer aqueles com quem criamos laços de confiança e afeto.
A ideia de que “você é a média das cinco pessoas com quem mais convive” pode parecer clichê, mas carrega uma verdade: as pessoas ao nosso redor nos influenciam profundamente. Elas formam o coletivo que nos molda, e suas presenças podem ser tão significativas quanto os vínculos biológicos. Assim, a família que escolhemos tem um papel fundamental na construção de quem somos e no apoio que recebemos ao longo da vida.
Por isso, entender Ohana é reconhecer que família não se limita ao sangue. Ao longo da vida, podemos ter muitas famílias – aquelas em que nascemos e aquelas que criamos. Podemos escolher nossos vínculos, acolher quem soma e, quando necessário, nos distanciar de relações que não mais fazem sentido.
No fim das contas, Ohana nos lembra que família é sobre conexão, cuidado e escolha. É sobre nutrir os laços que nos fortalecem e respeitar os caminhos que nos tornam inteiros. Afinal, o que realmente importa não é de onde viemos, mas quem escolhemos levar conosco em nossa jornada.
Que possamos cuidar das nossas Ohana – as de origem e as que construímos – com o amor e o comprometimento que fazem delas a verdadeira base de nossas vidas!
Por Driale Aparecida Feliciano, coordenadora de área no Senac Itaquera, graduada em Administração pela Unisal e Tecnóloga em Logística pela Fatec. Possui pós-graduação em Psicologia do Desenvolvimento da Aprendizagem pela PUC RS. Driale é uma atriz de corpo e alma e já foi professora de Aprendizagem e Técnico em Teatro. Canceriana assumida e apaixonada pelas Ohanas que construiu.
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