Junho é o Mês do Orgulho, mas o Brasil ainda lidera o ranking de violência contra pessoas trans e travestis. A reflexão é urgente: de quem é a responsabilidade?
À medida que o mês de junho se inicia, campanhas publicitárias e bandeiras coloridas ocupam as vitrines e os outdoors do país. Contudo, por trás das homenagens, permanece uma dura realidade: o Brasil é, pelo 16º ano consecutivo, o país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo, segundo o dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
A maioria das vítimas são mulheres trans, jovens, negras e nordestinas, com mortes marcadas por extrema violência. Diante de dados tão alarmantes, é preciso ir além do discurso. Quem é responsável por esse cenário? Se muitos de nós não cometem esses crimes, por que ainda fazemos parte desse ciclo?
A resposta está na estrutura social e cultural que sustentamos — muitas vezes, de forma passiva. Quando silenciamos diante de piadas transfóbicas, quando ignoramos violências cotidianas ou aceitamos a exclusão de pessoas LGBTQIAPN+ de espaços políticos, educacionais e profissionais, alimentamos a mesma engrenagem que permite esses crimes.
Não basta tolerar. Tolerar é aceitar o outro desde que ele não incomode. Respeitar é reconhecer a humanidade plena. É agir, educar, incluir. É rever preconceitos, desconstruí-los e defender, com firmeza, o direito de cada pessoa existir com dignidade, segurança e orgulho.
A mudança exige coragem. Não podemos mais deixar que o respeito à vida e à diversidade seja apenas parte de campanhas publicitárias de junho. As bandeiras que hoje vemos nas ruas precisam representar compromissos reais com a equidade e a inclusão — todos os dias.
O que você tem feito para garantir dignidade à comunidade LGBTQIAPN+?
A resposta a essa pergunta pode parecer simples, mas ela salva vidas.
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