A Zona Leste de São Paulo é, por si só, uma metrópole dentro da metrópole. Com mais de 4,5 milhões de habitantes, sua extensão reúne bairros históricos, polos industriais, centros comerciais vibrantes e, ao mesmo tempo, áreas que ainda sofrem com a falta de infraestrutura.
Basta percorrer poucos quilômetros — do Tatuapé à Mooca, de São Mateus a Itaquera, de Guaianases a Cidade Tiradentes — para perceber realidades muito distintas, seja no comércio, no perfil social, na oferta de serviços ou na paisagem urbana.
É essa diversidade que mostra a grande riqueza da região, mas também expõe desafios. A centralização da cidade em torno do eixo da Avenida Paulista e do centro expandido faz com que milhares de moradores da Zona Leste precisem atravessar longas distâncias diariamente para trabalhar, estudar ou consumir. Esse modelo, além de desgastante, é injusto: rouba tempo de vida, aumenta custos e compromete a qualidade da mobilidade.
O caminho para mudar esse cenário passa pela descentralização. Criar e fortalecer centros comerciais, polos de serviços e equipamentos públicos em cada região é fundamental. Quando o morador encontra perto de casa opções de trabalho, educação, lazer e consumo, não apenas ganha qualidade de vida: a economia local também se fortalece. O dinheiro circula no próprio bairro, gerando empregos, fomentando o comércio e impulsionando novas iniciativas.
A Zona Leste tem mostrado sua força com exemplos concretos: o Tatuapé com seus shoppings e gastronomia; Itaquera polo estratégico da Zona Leste, onde logística, comércio e desenvolvimento caminham juntos; a Mooca, que preserva sua tradição industrial e cultural; São Mateus, Sapopemba e Guaianases, que avançam com empreendimentos e projetos sociais; e Cidade Tiradentes, que busca se reinventar de polo habitacional a novo centro de oportunidades comerciais.
A cidade precisa olhar para a Zona Leste não apenas como “periferia”, mas como motor estratégico de desenvolvimento. Descentralizar é valorizar a vida de milhões de pessoas. É permitir que cada bairro seja protagonista de sua própria história, crescendo com autonomia, dignidade e oportunidades.
A Zona Leste não pede favores. Ela exige, com legitimidade, o direito ao desenvolvimento equilibrado. E quando a Zona Leste cresce, São Paulo inteiro cresce com ela.