Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 14 milhões de brasileiros têm alguma doença no coração, e cerca de 400 mil morrem por ano em decorrência dessas enfermidades. Isso corresponde a 30% de todas as mortes no país. São cerca de mil óbitos por dia, números que podem estar sendo agravados em função da pandemia da Covid-19.
O receio da contaminação também tem feito pacientes portadores de doenças cardiovasculares, e de outras doenças agudas, que necessitam de acompanhamento médico, negligenciarem a rotina de saúde, deixando de ir ao médico.
A SBC disse que está acompanhando a redução no número de atendimentos cardiológicos de urgência no país durante a pandemia. Dados divulgados pela Arpen-Brasil (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Brasil) mostram que houve um aumento de quase 7% no número de óbitos por doenças cardiovasculares nos primeiros seis meses de 2021, em relação ao mesmo período de 2020. Foram mais de 140 mil mortes registradas contra mais de 150 mil no mesmo período deste ano.
CONSTATAÇÃO
Pesquisa feita pela SBC, em 2017, mostrava que 67% das pessoas desconheciam os valores dos níveis de colesterol do próprio organismo. Por isso, a entidade reforça a importância de ter as taxas de gordura no sangue controladas para diminuir os riscos que levam a doenças cardiovasculares.
Segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), a pandemia fez as pessoas negligenciarem os cuidados com a saúde, como a realização de exames, inclusive de colesterol. O estudo mostra que houve queda de 28,5% na quantidade de exames de dosagem de colesterol HDL realizada em 2020, quando comparada com o ano de 2019. Mas também aponta uma retomada por parte da população com os cuidados com a saúde nos cinco primeiros meses de 2021, quando foi registrado um aumento de 16,8% nesse tipo de exame, quando comparado com igual período do ano passado. Mesmo assim, abaixo 18,3% do que foi registrado de janeiro a maio de 2019, quando não havia a presença do novo coronavírus. O mesmo acontece com a dosagem de colesterol LDL. Com os exames de dosagem de colesterol total o cenário foi o mesmo. Os números do ano passado de realização desse exame foram 31% menores do que os de 2019, ano sem pandemia. Já de janeiro a maio de 2021, o aumento na quantidade desse exame foi de 14,1% em relação a igual período de 2020. Porém, 21,3% inferior ao volume desses testes ante aos cinco primeiros meses de 2019.
“A recomendação é que um paciente com riscos maiores, como insuficiência cardíaca, infarto, usa stent, tem arritmia, hipertensão em estágios 2 e 3, seja visto semestralmente por seu médico. Os que fazem check up, como o exame de controle de colesterol, não devem ficar mais de um ano sem realizá-lo”, orienta Saraiva.
Discusão sobre post