O prefeito Ricardo Nunes anunciou o investimento de cerca de R$ 600 milhões em recapeamento de ruas. A partir de agora iniciam-se as licitações e contratações de empresas que vão cuidar da tentativa de se eliminar o grande número de buracos existentes na cidade. Tarefa quase impossível, mas é preciso manter a esperança, pois estamos em um ano de eleições. Neste momento, projetos saem do papel e obras, antes esquecidas, são retomadas. É um período mágico, capaz de fazer o prefeito tirar outras surpresas da cartola.
Uma delas seria começar as ações de revitalização de vias pela Zona Leste, ao invés de escolher primeiro a zona central. Sobretudo porque os deslocamentos mais longos geralmente ocorrem de bairros mais afastados, regiões em que os serviços de manutenção têm demorado a chegar. Outro ponto importante teria ligação com a destinação de uma quantidade maior de verbas. A partir dessa informação, moradores cobrariam os responsáveis pelas obras e verificariam se os acordos estariam sendo cumpridos. Com isso, a população ajudaria a Prefeitura a não desperdiçar dinheiro público.
É urgente que a Secretaria das Subprefeituras torne o seu trabalho mais transparente aos moradores. Desde que Nunes assumiu, algumas empresas se sentem no direito de omitir dados sobre as obras. Elas fecham a passagem em ruas, quebram sarjetas ou calçadas, deixam o entulho espalhado e, cerca de um mês depois, concluem pequenos trechos de intervenção. Durante todo o processo, nenhum vizinho fica sabendo quanto a obra custou, se foi feita dentro do prazo e se seguiu as especificações dos materiais.
A qualidade do asfalto usado até as obras mais recentes era péssima. Alguns meses após a sua colocação já começava a apresentar trincas. Será que esse problema será resolvido? As usinas de asfalto precisam se integrar à alta tecnologia para a cobertura do piso da cidade. É até vergonhoso para a metrópole mais rica ter um buraco a cada metro de rua. São Paulo sempre foi exemplo em matéria de grandes projetos e também de apresentar construções modernas.
Desse ponto de vista, precisamos melhorar muito nos próximos meses e anos. Ao mesmo tempo, apesar de repetitivo, a Prefeitura precisa afinar suas planilhas de manutenção com as das concessionárias de água e gás, principalmente. Há muitos anos São Paulo vem perdendo dinheiro por conta de obras malfeitas e intervenções equivocadas. A cidade precisa evoluir nesse tipo de reparo, inclusive a ponto de fazer com que os próximos recapeamentos sejam retomados apenas num longo prazo.
É hora de apontar os problemas de asfalto. Registrar as reivindicações no portal 156, nas subprefeituras e também encaminhar para os e-mails e gabinetes dos vereadores. Temos a incumbência de chamar atenção dos órgãos públicos para a realidade das ruas e avenidas. Só envolvendo a todos é que os moradores vão conquistar algo para o futuro.
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