As reclamações sobre a falta de determinados remédios em farmácias de postos de saúde perduram há anos. Faltam anti-inflamatórios, antibióticos, insulina, medicamentos de combate à dor, pressão alta, entre outros. Essa realidade é constante e atinge principalmente os doentes que não têm condição financeira para comprar na farmácia. Com isso, o descontrole das disfunções do organismo leva essas pessoas a lotarem as salas de emergência das UPAs e dos hospitais. Nesse sentido, se a Prefeitura deseja diminuir gastos com os laboratórios está dando um “tiro no próprio pé”.
Seria melhor se os moradores da cidade não necessitassem de tantos remédios, mas, infelizmente, trata-se de um desejo ainda distante. Diante dos fatos, verifica-se que toda a gestão precisa ser remodelada, desde o pedido do medicamento, passando pelos setores de compras, armazenamento e distribuição. Depois, cabe a realização de uma auditoria sobre cada setor ou departamento responsável pelo funcionamento da cadeia nas esferas municipal, estadual e federal.
Talvez, determinando uma investigação ou averiguação mais rígida sobre a área da saúde se consiga resultados positivos. Sobretudo com autuações e multas direcionadas a pessoas ou empresas incumbidas de tornar o processo mais célere e humanizado. É improdutivo que se tenha de repetir as mesmas reclamações todas as vezes. Isso porque tudo leva a crer que as falhas estão no modo como a preservação da vida é administrada.
Se a questão é burocrática, deve ser observada. Se é econômica, tem de passar por uma revisão. Assim, sucessivamente, cada grupo responsável pelo funcionamento da engrenagem fica obrigado a repensar e atualizar o processo. Sem críticas a décadas passadas, pois produziram muitos aprendizados, não se pode esquecer todas as possibilidades que os programas de computadores, aplicativos de celular e outros meios de comunicação oferecem.
É absurdo que astronautas e turistas estejam embarcando em foguetes, para Marte, enquanto governantes de três poderes não conseguem estabelecer o mínimo de integração. Depois, fica difícil querer propagar uma ideia fantasiosa de que tudo funciona como deveria. As falhas acontecem diversas vezes, mas ninguém quer admitir. Enquanto isso, os menos favorecidos economicamente são obrigados a esperar.
E é justamente frente a esse aguardar angustiante que se pode criar algo capaz de impedir o desabastecimento. Os depósitos de armazenamento, por exemplo, poderiam funcionar em rede. Da mesma forma, cada gerente deveria ter autonomia para cobrar soluções práticas, sem interferências partidárias ou ideológicas. Afinal, a saúde é o bem mais precioso para todos. Sem ela não se trabalha, ganha dinheiro e muito menos se consome. Portanto, tudo está ligado ao respeito mútuo e a muita responsabilidade sobre as atitudes. Chega de alimentar o pensamento de que tudo sempre foi assim e não mudará. Tem de mudar.
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