A Secretaria de Mobilidade e Transportes, além da CET tiveram, mais uma vez, de assumir a operação das ciclofaixas na cidade. A proposta de que uma empresa voltasse a controlar os equipamentos pelo menos aos domingos e feriados falhou novamente. A Uber tocou o projeto anteriormente, mas desistiu. A mais recente, Coranda Publicidade, teve o contrato cancelado. Ou seja, está difícil conseguir alguém que realmente abrace as ciclofaixas com o carinho que elas merecem. Quem sabe as próprias empresas fabricantes de bicicletas não adotam os trajetos? Não sabemos se juridicamente é possível, mas fica a ideia.
Apesar de a Prefeitura propagar eficiência em relação aos equipamentos, muitos percursos foram abandonados. Seja por falta de pintura, de sinalização ou iluminação. Depois, os órgãos responsáveis pela manutenção desses espaços estão deixando de tapar os buracos, reparar os desníveis e cobrir as fissuras existentes.
Além destes problemas, muitos equipamentos ainda não estão cumprindo o seu objetivo, que é fazer a conexão com terminais de ônibus, CPTM e Metrô.
Lentamente, o processo de fortalecimento do uso de bicicletas na cidade vai tomando forma. Porém, o plano cicloviário continua muito longe de ser atendido segundo especialistas no assunto. Entre os pontos negativos está a falta de inclusão no modal de transporte. Infelizmente, ainda não existe segurança suficiente para que idosos sintam-se confortáveis em circular com suas bikes. O mesmo acontece com as crianças e as pessoas com deficiência cujas bicicletas são adaptadas.
A falta de confiança está ligada principalmente à formação precária dos motoristas. O medo existe porque os ciclistas precisam dividir espaço com condutores de carros, ônibus e caminhões, sem contar os motociclistas.
O argumento de quem está do lado mais frágil do transporte está baseado no desrespeito ao distanciamento do ciclista, à inexistência de campanhas educativas e à impunidade.
Assim, fica difícil sustentar um projeto sem que haja a preocupação com todo o contexto. Não adianta apenas entregar o máximo de quilômetros de ciclofaixas possível e colocar na conta da campanha eleitoral.
Se as falhas não forem corrigidas agora, mais uma vez a questão será transferida para o próximo governo. Ou seja, a causa dos ciclistas permanece dividida pela falta de organização e coordenação conjuntas.
Os defensores do ciclismo lutam por seus pontos de vista enquanto a Prefeitura mantém seus argumentos de estar fazendo o melhor. Entre os dois está a população de um modo geral que não tem certeza se dá para confiar no modelo atual. Será que podemos pegar nossos filhos pequenos, colocá-los em cadeirinhas nas bicicletas e sair pedalando pela ciclofaixa do bairro? Será que os netos podem convidar seus avós para circular com eles numa ciclofaixa ou numa ciclorrota, que não é confinada como a ciclovia?
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