Transparência pública

Não é de hoje que a Prefeitura deixa de detalhar para a população os gastos de obras públicas. A empresa contratada chega aos locais, inicia suas atividades, mas quem mora ao redor não sabe quanto tempo as intervenções vão demorar e muito menos a verba que será debitada dos cofres municipais.
Quando muitas obras são paralisadas, geralmente elas ficam abandonadas e começam um processo de degradação. Os tapumes estragam com as intempéries ou são retirados por moradores de rua. O mesmo acontece com as placas colocadas pelas concessionárias que não cumpriram o contrato até o fim.
Do mesmo modo, os moradores não ficam sabendo porque as obras não prosseguiram e o motivo pelo qual ninguém providencia a segurança de todo o material deixado no canteiro, como barras de ferro, areia, cimento e ferramentas.
Os problemas continuam com a desinformação em relação a um possível novo estudo, licitação e continuidade de projeto. As pessoas também não têm a oportunidade de saber porque as empresas responsáveis muitas vezes descumprem prazos e não dão satisfação do motivo. Além disso, os moradores ficam desinformados a respeito da provável inauguração da obra.
Apesar das plataformas e portais na internet, o público não consegue obter informações atualizadas sobre o andamento de construções e em relação a dados dos serviços que serão prestados. Com isso, a população é esquecida do processo de desenvolvimento e só é convocada no ato da inauguração, quando membros do poder público precisam apresentar o que foi feito.
Infelizmente, a questão ainda está distorcida, pois há decisões sobre gastos e tipos de obras nas quais os moradores não opinam sobre a necessidade. Muitas são apresentadas como solução, mas nem todas servem às pessoas como deveriam. Nesse contexto, descobre-se um investimento exagerado com resultados ruins do ponto de vista da real necessidade de quem vive em determinadas regiões.
Nota-se, nessa questão, a falta de uma ampliação no regime de divulgação de dados, principalmente os que se referem a custos. Sem explicações e sem fiscalização as empresas ficam livres para fazer o que querem, gastando o dinheiro do contribuinte de maneira desproporcional. Dessa forma, os descalabros arquitetônicos vão passando de uma administração para a outra, gerando suspeitas de superfaturamento e de falta de lisura nos contratos.
Essa falta de clareza em tudo o que está ligado a gastos precisa acabar. Afinal, durante esse período de pandemia, a Prefeitura não aliviou na cobrança de impostos, como IPTU, e nem deixou de cobrar taxas e multas dos devedores. Com as empresas fechando as portas e tanta gente perdendo o emprego, o governo municipal não pode gastar o dinheiro do povo como se fosse a fundo perdido. Para isso, a cidade precisará melhorar muito seu sistema de fiscalização, que não está funcionando.

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