Nos últimos dias os holofotes voltaram-se para a Shein, gigante plataforma asiática de vendas de moda. A empresa, segundo a exame.com, cresceu mais de 300% e faturou cerca de 8 bilhões no ano de 2022.
Em um primeiro momento, o crescimento e o modelo de negócio da gigante asiática incomodavam apenas grandes varejistas do Brasil, agora temos um cenário que se amplificou e é uma preocupação de toda a cadeia produtiva do segmento têxtil do País.
É certo que, a possível taxação das compras no exterior superior a 50 dólares e últimas, a repercussão dessa medida nas mídias sociais e a condução e as declarações desastrosas do ministério da fazenda, trouxeram mais destaque para o assunto.
Vale destacar que o setor têxtil é altamente onerado por impostos no Brasil, temos que cumprir regras trabalhistas e comprar matérias primas de uma indústria oligopolizada, onde meia dúzia de empresas definem preços e condições os pequenos confeccionistas. Entretanto nos países da Ásia, onde estão sediadas a maioria das confecções que produzem estas peças consumidas em vários países do mundo, as condições são bem diferentes.
Esta diferença de regramento gera benefícios imediatos aos consumidores, mas também causa um efeito perverso as empresas nacionais que cumprem suas obrigações, registram seus funcionários e pagam seus impostos, trata-se de competição altamente desleal e injusta, pois as empresas competem em um mesmo ambiente com condições bem diferentes.
Estes desequilíbrios causados pela digitalização das relações e pelo mundo globalizado, no obriga a refletir sobre como devemos tratar o setor produtivo no Brasil, a Shein e as demais plataformas asiáticas de moda vão impactar o pequeno varejo. E a maior preocupação não está somente em taxar e não taxar, a preocupação maior é como a indústria e o varejo nacional vão se posicionar diante desse e de outros desafios deste mundo cada vez mais digital e globalizado.
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