Após a aprovação do projeto Ruas SP, que permite que estabelecimentos comerciais utilizem o espaço público como extensão de seus negócios, surgem preocupações em relação ao impacto direto nos pedestres. Esses empreendimentos agora têm a oportunidade de construir estruturas nas vagas de Zona Azul para acomodar mesas e cadeiras, ocupando tanto a faixa da calçada tradicionalmente concedida por meio de Termos de Permissão de Uso (TPUs) quanto a área adjacente, resultando em aglomerações de clientes.
Conforme esses estabelecimentos se tornam mais lotados, os móveis são espalhados e as pessoas deixam de permanecer sentadas. Com a circulação de garçons e clientes em pé, o espaço para circulação de pedestres diminui consideravelmente. Como resultado, os pedestres são obrigados a caminhar no meio da rua, correndo o risco de serem atropelados. Os moradores locais afirmam não ter interesse em prejudicar o entretenimento dos clientes, mas ao mesmo tempo sentem que as empresas não estão respeitando o espaço público de forma justa.
A discussão sobre esse tema continua, pois é certo que as estruturas continuarão sendo instaladas em Tatuapé. Ao mesmo tempo, fortalece-se o argumento de que essas estruturas representam um perigo para o tráfego de veículos. Muitos desses equipamentos foram removidos das ruas por não respeitarem o tamanho e as regras estabelecidas pela Prefeitura. A decisão foi tomada devido à proximidade dessas estruturas com as esquinas, o que causava preocupação aos clientes quando carros e motos faziam curvas em alta velocidade.
Para aqueles que frequentam esses estabelecimentos, a segurança continua sendo uma prioridade. Portanto, apesar de desejarem desfrutar dos locais movimentados da região, as pessoas exigem rigorosas inspeções por parte das autoridades fiscalizadoras. Da mesma forma que os clientes solicitam maior atenção da Prefeitura, eles também gostariam de ver mais investimentos em parklets, espaços públicos independentes dos estabelecimentos comerciais. Esses espaços permitiriam que consumidores, visitantes e pedestres pudessem sentar, ler, conversar ou tomar um sorvete ou café, sem a obrigação de consumir em um local específico.
Além de serem espaços gratuitos, os parklets também poderiam alterar a paisagem urbana da região. Com móveis integrados, coloridos e decorados com plantas e flores, esses espaços são atraentes e tornam os bairros mais convidativos para quem gosta de fazer compras ou descobrir novas lojas. Nesse contexto, a Secretaria de Urbanismo e Licenciamento poderia destinar parte de seu orçamento para áreas públicas com características diferenciadas. Afinal, é importante lembrar da acessibilidade e resgatar o princípio dos espaços públicos como locais de convivência.
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