O bairro do Tatuapé completou no dia 5 de setembro, 355 anos. Com uma história encantadora, o Desenvolve Leste não poderia deixar de falar deste que é um dos distritos mais importantes da cidade de São Paulo.
Com uma ampla oferta de serviços, o Tatuapé concentra grandes lançamentos imobiliários e caminha, cada vez mais, para uma constante evolução. E, claro, não poderíamos deixar de conversar com ele, o historiador Pedro Abarca.
O “Caminho do Tatu”, em tupi-guarani, se faz ainda mais interessante em suas palavras. Ou melhor, através de suas narrativas que estão retrataras em seu último lançamento, “Histórias do Tatuapé”.

Trata-se de uma verdadeira aula de como era o bairro e suas transformações, passando pelas fases agrícola e industrial. Tudo embasado em pesquisas realizadas ao longo de mais de 25 anos.
Abarca, por exemplo, afirma que as terras do Tatuapé começaram a ser exploradas, no mínimo, 10 anos antes da instalação dos jesuítas no pátio central da cidade.
O INÍCIO
A jornada do Tatuapé começa no ano de 1560 quando Brás Cubas, fundador de Santos, liderou uma expedição em busca de ouro e subiu a Serra do Mar com seu amigo Luís Martins.
Ao alcançar o planalto, encontraram um ribeirão chamado Tatuapé. Fascinados, decidiram seguir seu curso e se estabeleceram nas proximidades do atual Rio Grande, hoje conhecido como Tietê.
Inicialmente, a região abrigava um rancho, curral e várias casas, com atividades agrícolas e de criação de gado.
A fertilidade do solo propiciou o desenvolvimento de culturas diversas, incluindo cana e uva. A produção de uvas, em particular, se tornou famosa devido à excelente qualidade do vinho produzido na área.
No entanto, essa tranquilidade foi perturbada pela invasão francesa no Rio de Janeiro, levando Brás Cubas a ceder suas propriedades a Rodrigo Álvares, que posteriormente passou o legado a seu filho.
A ocupação efetiva da região ganhou força no século XVII, quando herdeiros dos antigos donos venderam vastas áreas ao Padre Mateus Nunes de Siqueira, que ergueu uma casa na várzea do Rio Tietê, conhecida hoje como Casa do Tatuapé.
IMIGRAÇÃO
No século XIX, o Tatuapé começou a atrair imigrantes portugueses, italianos e espanhóis. Chácaras e olarias se estabeleceram, marcando o início de uma era de crescimento significativo. A família Marengo, por exemplo, teve um papel essencial na introdução das uvas tipo niágara no Brasil, e suas contribuições ainda estão presentes em logradouros do bairro, como as ruas Francisco Marengo e Emília Marengo.

A chegada da estrada de ferro no final do século XIX e a transição de olarias para indústrias têxteis no início do século XX marcaram um novo capítulo na história do bairro. O Tatuapé testemunhou uma rápida urbanização, novas oportunidades de emprego e o surgimento de cinemas, como o São Luís e o Saturnio.
Também é importante ressaltar que o Tatuapé tem uma história que se estende desde as margens do Rio Tietê, onde iniciou suas primeiras atividades comerciais, até a parte alta do bairro.
Elementos cruciais, como a produção de tijolos e telhas nas olarias da região, impulsionaram a construção de São Paulo. Além disso, a presença de famílias tradicionais, como os Marengo, e empreendimentos pioneiros como a tecelagem Matarazzo, marcam a rica tapeçaria histórica do bairro.
Portanto, “Histórias do Tatuapé” é uma revisão aprofundada e se faz necessária para compreender plenamente a evolução do bairro ao longo dos anos.
CENÁRIO ATUAL
Atualmente, o Tatuapé vive uma transformação notável, atraindo uma população mais abastada e empreendimentos de alto padrão. O bairro é um reflexo das mudanças sociais e econômicas que moldaram São Paulo ao longo dos anos.
“Essa jornada de 355 anos mostra como o Tatuapé evoluiu de um simples rancho às margens do Rio Tietê para um bairro vibrante e diversificado. Celebramos não apenas a história rica e a herança cultural, mas também olhamos para o futuro com a expectativa de que o Tatuapé continuará sendo uma parte vital e acolhedora da grande São Paulo”, observa Abarca.
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