Reflexões sobre o futuro do varejo e a importância de preparar lideranças e equipes para um consumidor em constante transformação
Essa é nossa última conversa sobre a NRF – National Retail Federation. Nos artigos anteriores, compartilhei alguns dos insights obtidos na edição 2025, onde muito se falou sobre Inteligência Artificial (IA) e sobre as mudanças no comportamento do consumidor e no setor varejista.
Impulsionado por esse novo cenário, idealizei a palestra “Pós-NRF” com o objetivo de provocar uma reação nos empreendedores, incentivando-os a aceitar a necessidade de adaptações contínuas. A mensagem principal é clara: é possível se adaptar às transformações, respeitando a realidade de cada negócio.
Como professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e palestrante, estou habituado a falar em público. Mas sei que, para muitos empresários, a comunicação ainda é um grande desafio. Mesmo assim, é necessário “dar um jeito”. Se você, que é o rosto da marca, não se comunica com seu público, alguém da sua equipe precisa assumir esse papel o quanto antes.
“Ah, mas eu não consigo…”
Vai precisar conseguir.
O novo modelo de negócios exige porta-vozes preparados, conectados com as novidades, com as informações e com o seu público.
Compartilho isso com propriedade. Sou CEO do Depósito da Lingerie e comecei vendendo calcinhas em uma sobreloja pequena na Avenida Mateo Bei. Para atrair clientes, panfletava na calçada e era preciso convencer as pessoas a subirem 40 degraus até uma sala que, na verdade, era um depósito.
Tenho orgulho da minha história. E na NRF ouvi algo semelhante do CEO da Tommy Hilfiger: o início dele também foi difícil. E talvez, se não fossem os desafios, não teríamos a mesma vontade de compartilhar conhecimento.
A tecnologia não é o problema — nossa mentalidade é
O que a NRF traz para varejistas do mundo todo chegará aqui, cedo ou tarde. O problema não está na tecnologia, mas sim na nossa capacidade de entendê-la, aplicá-la e principalmente, de engajar nossas equipes para que façam o mesmo.
A NRF acontece há 114 anos, em Nova Iorque, e reúne cerca de 40 mil varejistas de todo o mundo. Em 2025, foram 4 mil brasileiros presentes, com 450 palestras em apenas três dias. É um ambiente de troca intensa, provocação e inspiração.
Assim como fui provocado, quero provocar você também.
Uma criança de 10 anos hoje, daqui a 10 anos terá 20.
Como ela estará consumindo?
O que você está fazendo hoje para atender esse consumidor do futuro?
Essa é a grande reflexão. Não se trata apenas do consumidor atual, mas da nova geração que já está se formando. Eles estarão ainda mais conectados, exigentes, digitais e atentos às transformações do mundo.
Portanto, prepare-se agora. Transforme sua empresa em uma organização aberta à inovação, com líderes preparados e equipes conectadas ao novo. Esse é o caminho para manter-se relevante e competitivo no varejo do presente e do futuro.
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